Gerenciamento de Identidades Híbridas: Azure AD Connect na Prática
- Rodrigo Motta

- 13 de jun.
- 4 min de leitura
Introdução
O avanço da computação em nuvem fez com que muitas empresas migrassem parte dos seus serviços para plataformas como o Microsoft 365 e o Azure. Porém, poucas conseguem (ou desejam) mover tudo para a nuvem de uma vez. É aí que entra o desafio do gerenciamento de identidades híbridas: como manter usuários, grupos e senhas sincronizados entre o Active Directory local (on-premises) e o Azure Active Directory (Azure AD), garantindo segurança, agilidade e boa experiência ao usuário?
Neste artigo, vou explicar como funciona o Azure AD Connect, ferramenta que já utilizei em diversos projetos de integração e migração para a nuvem, e quais são as melhores práticas para evitar dores de cabeça nesse processo.
O que é o Azure AD Connect?
O Azure AD Connect é uma solução da Microsoft que permite sincronizar e integrar identidades do seu Active Directory local com o Azure AD. Ele é fundamental para ambientes híbridos, nos quais parte dos recursos (como arquivos, aplicações legadas e impressoras) ainda está no datacenter local, enquanto outros serviços já estão na nuvem, como o Exchange Online, Teams e SharePoint Online.
Com o AD Connect, você garante que o usuário possa acessar recursos locais e de nuvem usando o mesmo login e senha, além de facilitar a gestão de permissões, licenciamento e autenticação.
Principais Funções do Azure AD Connect
Sincronização de identidades: usuários, grupos e até algumas OUs do AD local para o Azure AD.
Sincronização de senha: as senhas podem ser sincronizadas (em hash) ou redirecionadas para o AD local via pass-through authentication.
Autenticação Federada: integração com ADFS para Single Sign-On completo.
Filtragem por OUs ou grupos: possibilita escolher o que será sincronizado.
Cenários de Uso Mais Comuns
Já implantei o AD Connect em ambientes de todos os tamanhos. Os casos mais comuns são:
Empresas que migraram e-mails para o Microsoft 365, mas ainda possuem servidores e sistemas locais.
Ambientes que precisam manter políticas de segurança centralizadas.
Organizações que desejam transição gradual para a nuvem, evitando impacto operacional.
Exemplo real: em uma empresa de varejo, conseguimos sincronizar os usuários e grupos entre AD local e Azure, permitindo que a equipe de campo usasse Teams e OneDrive, enquanto sistemas legados seguiam rodando internamente, tudo sem mudar a rotina do usuário final.
Como Funciona a Sincronização
O Azure AD Connect realiza a sincronização de:
Usuários
Grupos
Atributos selecionados (nome, e-mail, UPN, etc)
Senhas (dependendo do modo escolhido)
Modelos de sincronização:
Hash de senha: copia o hash da senha do AD local para o Azure AD.
Pass-through Authentication: autenticação é validada no AD local em tempo real.
Federation (ADFS): oferece SSO total, mas adiciona complexidade.
O mais comum (e recomendado para a maioria dos casos) é a sincronização de hash de senha, que é segura, simples e atende 90% dos ambientes.

Passo a Passo para Implantar o Azure AD Connect
Pré-requisitos
Conta Global Admin no Azure.
Conta com permissões de Enterprise Admin no AD local.
Conectividade entre o servidor do AD Connect e o Azure.
Listar as OUs/objetos que devem ser sincronizados.
Instalação
Baixe o instalador oficial do Azure AD Connect.
Execute no servidor Windows (pode ser um membro do domínio, recomendado que seja dedicado).
Escolha o modo de sincronização: hash de senha (mais simples) ou pass-through/federation.
Configuração
Indique quais OUs serão sincronizadas (filtro).
Valide domínios e UPNs.
Realize a primeira sincronização manualmente.
Testes
Crie um usuário de teste no AD local e verifique se aparece no portal do Azure AD.
Altere senha do usuário e verifique a replicação.
Monitoramento
Utilize o Health Dashboard do Azure AD Connect para acompanhar status e alertas.
Principais Desafios e Cuidados
1. Conflitos de UPNSe o UPN do usuário não estiver no formato de e-mail e o domínio não for validado no Azure, a sincronização pode falhar.
2. Objetos DuplicadosEvite duplicidade de contas sincronizadas, especialmente em cenários de migração.
3. LicenciamentoUsuários sincronizados precisam de licenças adequadas no Azure/Microsoft 365 para acesso a recursos.
4. SegurançaO servidor do AD Connect é crítico: nunca deixe com acesso irrestrito ou sem monitoramento.
Boas Práticas (Dicas de Experiência)
Sempre documente as configurações realizadas e as OUs sincronizadas.
Realize sincronização piloto com poucos usuários antes do ambiente inteiro.
Mantenha o instalador e o servidor do AD Connect sempre atualizados.
Utilize o monitoramento nativo para alertas de falha ou lentidão.
Tenha um plano de rollback em caso de problemas na sincronização (exemplo: desabilitar sincronização temporariamente, restaurar objetos).
Dica real: Já peguei casos em que a alteração de UPN em massa causou perda de acesso temporária ao Teams e Exchange Online. Antes de alterar, sempre valide o impacto em todos os sistemas integrados!
Considerações Finais
O gerenciamento de identidades híbridas é o caminho natural para empresas que querem o melhor dos dois mundos: a robustez e controle do AD local com a flexibilidade e mobilidade do Azure AD. O Azure AD Connect é hoje a ferramenta padrão para essa jornada, trazendo facilidade, segurança e controle.
Se está começando ou pretende modernizar sua infraestrutura, vale investir tempo para conhecer bem o Azure AD Connect, aplicar boas práticas e monitorar de perto. Isso vai evitar problemas futuros e garantir uma experiência tranquila para os usuários.
Links Úteis e Referências
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